sábado, 10 de dezembro de 2016

Sofrimento marinho


Nunca mais voltarei a vê-la.
Nunca mais...
Infelizmente o sol,
Aquele objeto de fogo no meio
Do escuro do espaço
Ofuscara o teu rosto
De morango, e me fará
Cego como um túmulo vazio.
Não sentirei mais as ondas,
O vento passando por meus
Cabelos judaicos, a brisa
Dos teus beijos nunca mais
Arrepiará o meu coração de
Bronze enferrujado.
Não poderei me sentar
Diante das areias das águas cinzas e sujas
Desse oceano infinito e emaranhado de peixes sem
Asas.
Não darei mais poesia.
A poesia nunca mais visitará o meu ser
Que estará aprisionado nessa mansão
Cheia de angústias e fantasmas.
Adeus, por que meus olhos
Cheios de lágrimas
Poderão alimentar um
Oceano inteiro de suspiros.
Adeus, por que a fome que
Tenho que suportar agride
A minha alma cheia de melancolia.
O navio partirá para sempre.
O meu coração partirá para sempre.
Nós dois partiremos para sempre.
E a luz rodeará os meus poemas!

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