Mar de lágrimas
Ó mar salgado, quanto do teu sal. São lágrimas de Portugal!
Fernando Pessoa
-Ó, mar, ó mundo, ó céu, ó destino azulado,
onde posso me camuflar
sem carne e sem sangue?
-Onde posso depositar
meus ossos longe de
tal e tal centelha?
-Ó mar azul, ó mundo azulado, ó braços azuis,
ó mariposas azuladas, ó caminhos azuis,
ó sóis incandescentes de anil
onde posso me camuflar
sem mares a me atropelarem
o corpo de carne e de sangue?
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