sábado, 11 de agosto de 2018

Ode ao frio


Quem bate na porta
de manhã até a noite
escurecida pela lua.
Vento, cêbola invisível,
navalha de sete pontas.
No telhado a voz rouca
da chuva sugere agulhas
e marfins de elefantes africanos.
As toalhas caem no chão,
a gota terna da torneira
se torna uma laranja
sem tédio ou vida e mira
nossas mãos e nossos olhos
sem nada, nem emoção ou uva.

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