segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Eu não pedi para estar aqui, (conto)
Eu não pedi para estar aqui, pensou, e uma lágrima escorreu em seus olhos. Ela observava o mar, o sol distante caindo, as pessoas passando por ela, talvez eles não entendam o que está acontecendo comigo, pensou novamente, o porquê de eu estar aqui; seus olhos estavam vermelhíssimos, pois estava chorando, o motivo a qual não se sabe.
Imagine só se as pessoas pudessem escolher sua entrada para o mundo, e os que simplesmente não quisessem iriam para um outro lugar, mais relaxado. O paraíso? Vou perguntar para aquele homem, ele parece ser um bom leitor, um bom religioso também me parecer ser o homem segurava nas mãos um livro grande e preto, pode ser uma bíblia ou um livro de magia negra.
Só perguntando é que vou saber. Ela não perguntou, ficou observando o homem ler o livro sem se importar com os olhos curiosos e vermelhos dela. O mar a seduzia totalmente, para ela era como se estar diante de uma força misteriosa que não se acaba, que não se conhece, e que se teme. Não vou entrar agora, está ficando escuro, o poste de luz se acendeu junto com as primeiras estrelas que apareciam no céu.
Ela estava com uma roupa branca, seus cabelos loiros eram curtos, suas pernas brancas apareciam lindas, e vários rapazes altos bonitos e fortes passavam por ela com demonstrações de carinho, amor e vontade sexual.
Não parei aqui para pensar na vida, eu já penso na vida o bastante, continuo olhando pra esse homem, olhando o mar, olhando o céu... Eu não pedi para estar aqui.
Que faço nesse mundo? Uma morena se aproximou com um sorriso e lhe deu um abraço, perguntou o que fazia ali quieta, sozinha, em pé, olhando o mar, mais nada. Convite a festa? Eu cansei de ir a festas e ser pegada por rapazes idiotas que só querem meter na minha... Essa pose de intelectual não é uma coisa tão conhecida para uma menina bonita, de pernas e lábios carnudos, a morena se despediu. Por que ela não se questiona também: O que estamos fazendo aqui? O que viemos fazer nesse mundo? Deixe de ser idiota, e vá tentar ser feliz ao menos uma vez na vida. Eu fora feliz sim, durante alguns segundos, olhando o mar, observando esse homem, vendo as pessoas agitadas na cidade. Eu não pedi para estar aqui. Ela se virou e me deixou sozinho. Fechei meu livro de capa preta e fui dar um mergulho nas últimas horas de luz solar que havia no céu, no mar.
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