quinta-feira, 21 de junho de 2012

Novo soneto vago

Sou um vago nada na mistura do peito e do céu.
Não vago tanto sem antes sentir a fúria do amor.
E no entanto não me cabe entristecer a noite furiosa
e em sua pele de limão eu vago solitário.

Sou uma chave que não acha fechadura;
Um poente triste que não achou seu caminho,
não te digo que é você a fúria que eu mais queria
e no entanto as fotografias dos teus olhos estão mortas.

E vago por entre você, o oceano e a tristeza.
Quem sou? Posso me perguntar não escutando resposta
e no novo entardecer eu me verei em novos rostos de tigres.

Sou um vago ponto sem luminosidade, distante de sua boca
mais você ainda continua sendo a fechadura
que não adentro e tanto quero adentrar.

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