Eu não me canso de ir e não ir
de não ser e de sofrer
de estar para não estar
de me mover e de ti querer.
Eu não me canso de martelar as estrelas
de andar descanso sobre o asfalto
de escutar os trovões tristes das lágrimas
de sentir o pavor da fumaça dos vulcões enciumados
ou de sentir a tristeza de teus olhos.
Por ser o mineral prata da poesia
não quero jorrar tristeza, nem mesmo jorrar alegria
quero a canção do momento
com tristeza, pureza e contentamento.
Não irei e não me canso de não me ir
não estarei sem poder não estar
e não estando vou adentrando em bocas,
em rostos (que esquecerei alegremente, ou lembrarei
tristemente).
Adentrando ruas, noites, estrelas, buscando sempre o novo
da arte e da verdade (quem dirão que na verdade não há verdade?).
Por isso sou chuva, sou sol, sou o peito que escreve
sou a lua que se afasta
sou o mar que fica tenebroso e orgulhoso
sou lírico e manhoso
Sou o triste capitão por entre terra
e não quero outra coisa além de conchas, beijos, gente,
vida, mares e
novos
Ares.
A sim
eu sou o ferreiro
que se move por entre o não e o sim e o talvez e o claro
E é tudo escuro e tudo é luz, quando no peito o amor reluz.
E nada se deduz.
Eu não me canso de ir sem ir mais mesmo assim estando
e adentrando (e vou cantando, cantando!).
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