SILHUETA DE MIM MESMO I
Oh aurora resplandecente e sem nome,
Óh dia que passou e não volta mais apenas
Se for registrado em uma câmera moderna.
Meu canto esquecido na beira do cais,
As lindas pernas das morenas que eu amei,
E meu nome esquecido dentro de um guarda-roupa mágico.
Deixe que as palavras nos conduzam
Para algum mundo imaginário que não exista.
A terra é uma grande esfera
Entre as nuvens e os livros, os óculos
E o som estridente de um hipopótamo
No zoológico entre grandes árvores.
Folheando os livros na biblioteca,
Tomando o café com leite na mesa,
E eis que a beira do rio está o sentimento humano
Esquecido dentro da pintura abstrata.
E uma estrela girando na galáxia próxima.
A leitura de grandes clássicos,
E vendo o bode, o boi, a árvore, a cidade,
A pequena cidade que deixei para trás,
Graças a Deus, e a minha vida na lama,
Quando o moço etiope me estendeu
Trapos para que eu saísse daquele
Buraco escuro, do lamaçal da existência,
Então eu pude ver e admirar toda a sua beleza,
E eu quis amar você e você me deixou,
E então eu me deixei ser conduzido ao NADA.
Entre a América e a África,
Vislumbrei a beleza eterna da Rainha do Meio-Dia.
E ela tinha nádegas douradas e escuras,
E eu com a minha espada penetrei
Aquela caverna milagrosa onde repousou
Um lindo pombo para nos amar.
Então eu entendi o que era o amor,
E o pranto, e os dias, e as tabuadas,
E as medidas, e vi todas as criaturas
Em um sonho eterno.
Pudera eu deixar essas coisas estranhas
Dentro da memória do Oriente errante.
E eu não posso mais levar esse sofrimento.
Camaradas, só existe a dor, a dor de dentro,
E a ansiedade de se estar vivendo.
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