Fiz no meu tempo de adolescente uma sensível homenagem a Tomie Ohtake, a pintora japonesa que escolheu o Brasil como lar, e revelou em obras de uma sensibilidade artística a abstração lírica e formal ao povo brasileiro, enriquecendo a nossa cultura com o seu olhar Oriental japonês. Para mim, um jovem de origem judaica do interior do estado de São Paulo, sempre fiquei perplexo diante das pinturas de Tomie. Confesso que primeiro fui fisgado por esse g?ênero de abstração por causa de Manabu Mabe, outro japonês que se naturalizou brasileiro e também influenciou muito a Pintura no Brasil e na América do Sul inteira. Acontece que com Tomie vemos uma espécie de magia poética acontecendo de seus quadros. As formas abstratas, às vezes geométricas, denotam sentimentos, uma visão particular do Universo. Somos capazes de entrar em um outro mundo, em uma nova galáxia, com esses quadros, que digo com ousadia, não me parecem ter um gênero de escola capaz de classificação, porque Tomie rompe todas as classificações possíveis. Meu temperamento é de classificação, pois sou incapaz de produzir uma obra ou um desenho sem ter uma escola em mente, Tomie assim como Picasso, ultrapassou essas barreiras e se tornou apenas o Quadro em nossos olhares. Minha homenagem foi singela, como diria Lao Tse: -A grande imagem não tem forma. Por isso usei a escrita do nome da artista para homenageá-la. Quem sabe assim muitos outros jovens como eu fui um dia, também se interessem pelas Pinturas dessa magnânima Onda Japonesa que foi Tomie Ohtake e suas pinturas, para o meu coração.
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