sábado, 23 de março de 2024

Cruin, o jovem

 

Cruin, o jovem - uma canção Nórdica 


1
Quando o frio entrou pela janela
E as espadas dos homens
 adormecidas nas bainhas repousavam,
Cruin, o Jovem levantou seus olhos,
E o sol ainda não brilhava.
Lembrou de sua amada sequestrada
pelo terrível Dragão de escamas verdes,
E em seu rosto descia a lágrima,
a lágrima brilhante
           de um guerreiro élfico.
/'Maldito dragão!, Maldito sejas Escatah!
Irei me vingar de você, até os confins
do Universo irei, nem que tenha que
viajar sozinho pelos Oceanos Tenebrosos,
e entrar na morada do deus do Vento'.

Assim ouviram os homens que estavam
com ele, com o seu líder, o Elfo Cruin, o Jovem.
E todos levantaram em uma só voz,
gritando em lágrimas vorazes:
'Não estás sozinho, óh Cruin,
iremos contigo até pegarmos a cabeça
de Escatah como nossa recompensa'.

2
E assim partiram para o Norte,
o Norte onde a neve dos gigantes desce,
onde os Dragões se reproduzem
e existem muitos milhares de orcs,
e seres desagradáveis, muitos lobisomens,
vampiros sanguinários, bruxas de duas cabeças,
trolls medonhos com dentes de faca,
almas assombradas por amores perdidos,
demônios camuflados em rochas liquenosas.
Mas Cruin, o jovem, não temia
nada disso, pois seu amor por sua Amada
era mais forte do que as marteladas
de Odin com o martelo do Trovão Divino.

3
E assim Cruin, o Jovem, 
ao lado de seus Sete Homens Valentes
alcançaram as cavernas escuras
onde Escathah, o dragão de escamas verdes
levava suas vítimas e suas pilhagens,
para dormir em cima do ouro dos Anões,
e zombar dos gritos de suas vítimas
que ele atemorizava com fogo e gás venenoso
que saia de suas narinas fedorentas de Verme.
Cruin lançou o desafio
na entrada da caverna: ' Venha, ó Besfta-fera,
venha e lute comigo, eu sou Cruin, filho de Duliqui,
e não tenho medo
de nenhuma Serpente fria que viva no Norte.
Seja a que rasteja sem asas, ou a que cuspa fogo.
Venha Escatah, e irei lançar sua cabeça aos corvos.
E você me devolverá minha amada Duil, 
aquela que você raptou da Floresta Verde dos Elfos Formosos'.

E Escatah ouviu de seu rochoso covil
as ameças que Cruin o lançou no desafio.
E com um rugido de fera endoidecida de fúria
Escatah levantou suas membranas frias,
seu corpozil de serpente foi até a entrada.
E com sua voz amarga e lodosa, furia e fogo
sairam de suas narizas dizendo:
'Não já matei muitos elfos para que venha
tu, Cruin, o desperdiçador do meu tempo, com
esses homens inúteis à minha porta? Que querem?
Vieram mendigar migalhas de pão? 
Eu sou um Dragão,sou o Último filho 
da casa de Beatamor, o Frio.
Vinde a mim, vinde, Cruin,
traga seus homens, deixa eu fazer a conta, são apenas dez, contigo onze, perfeito, vinde a mim
 e eu irei lançar o seu corpo e o corpo deles
para os corvos e os abutres que vivem por aqui'.

4
Cruin e seus homens se lançaram contra o dragão,
e o dragão correu ao encontro deles com uma
fúria terrível, lançando de sua boca
veneno e fogo, chamas verdejantes que
explodiram e incendiavam o lugar com muito
fedor e fumaça escura.  
Mas Cruin não tinha medo,
e com sua espada brilhante, reluzindo de azul,
com um só golpe tirou a cabeça do
dragão que rolou e desapareceu
dentro de uma névoa de esquecimento.

5
E Cruin chorou ao ver Duil com
o rosto cortado e o semblante de morte,
e os cinco companheiros que
Cruin viu tombados tiveram um
enterro honroso e belo, que
nunca foi esquecido, pois os Elfos
lamentam seus mortos com elegias
tristes e eternas.
E Duil, a bela, melhorou de
suas tristezas, mas não suportou
as lembrança e faleceu nos braços
de Cruin, que desolado e triste
se lançou contra a própria espada
dando a sua vida um triste e amargo
fim.


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