sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Quando


Quando não era noite
nem era dia, e o sol
aparecia nos teus olhos,
então eu te amava respirando
o ar dos teus peitos,
respirando a lembrança
da tua boca de melância.
E ninguém estava dentro
de nossos espelhos a não
ser o vidro dos nossos corações,
duas balanças, algas marinhas,
um pequen alicate que
cortava minha alma dizendo
coisas malucas, birutices!
E o amor simplesmente
amanhecia em nossos peitos
porque estavamos como
os pavões, erámos os movéis,
as mesas, os candelabros acesos.
E enquanto o nosso riso
se distânciava além-mar
pela saudade dos ouriços
nossas vozes se cruzavam
e os nossos corações liam
lendas e sagas enigmáticas
e pequenos poemas antigos
enquanto o ódio era a fome
e a raiva estava no coração
de todos os seres e a vida
colocava em mim o teu perfume
quando a primavera severa
nã era nada e nem a vida existia.

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