Por quê me perdi?

Por quê me perdi?
se não era dia,
nem sonho entre
as flores do campo?

As raizes estavam
feridas de tantos sonhos,
as pedras mudas
esperavam o sol murchar,
a lua estava rachada
bem funda nos teus olhos.

Por quê me perdi?
Eu esperava o sal e o vinagre,
as folhas agitavam
a melodia da alma
e tudo parecia ser
a distância e a saudade.

E para quê tudo isso?
Oras, para cantar com a voz,
para não ser o que se é,
para amar o que não se pode.