"Calma, é só o frio", disse-lhe em uma voz calma,
como se o mar e as nuvens fossem uma só
e o vinho se misturasse a espuma da cerveja
e o universo estava cantando diante do tempo e do espaço.
"É só frio", me respondeu suavemente, como s esperasse
em troca, folhas de outono, neves de inverno,
brisas de verão e flores de primavera.
Mais nem viva e nem morta ela era.
Apenas riu e dormiu sobre todas as eras.
"Calma amor, minha voz te alcança,
e se lança para perto de tua boca e de teus olhos
e se és anja serei teu protegido
para que cuides de mim com as asas de tua boca
e me faça dormir sobre o frio com que entre
A nossa primavera gélida de paixões..."
Sua voz passa de repente, como se encantasse o sol.
Com teus olhos serias (serás!)
a mais bela pluma, a mais suave nota da cantiga
a concha mais brilhosa sobre a areia...
A areia seria a pele que te cobre
e é nela que estou vestido como seu:
"É só frio, ó amor meu!"
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