sábado, 13 de janeiro de 2018

Não sou marinho


Não sou marinho,
e isso faz muito tempo.
Comecei a contar minha
vida soletrando a terra,
o céu azulado, a cor
do campo esverdeado.
Ai, quanto mar repetitivo,
sempre a mesma onda,
sempre a mesma dança.
Quanta espuma nas
gaivotas tristes,
quanta beleza nos
povos de pele escura.
Do outro lado o mar
se estende, como um fio,
feito de metal, que geme.
Ai, mar, e quanto mar.
Repete que sim,
repete que não,
soletra o alfabeto,
algema os navios,
espuma as pessoas.
Não sou marinho.
Só posso contar minha
vida, mar, com terra e oliveiras.

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