sentimento
me importa se não
me lerão em jerusalém?
o que me importa
é que sonho, e só.
sonhar me basta.
mais enquanto a
vida me invade
vou compondo versos
desejoso de cantar
-porque não sou
formiga- sou cigarra.
Ninguém me abrirá
a porta para me alimentar
de esperança? de riso?
de choro? eu despoetizo
meu poema como soro.
ninguém me lerá.
não importa
nem o dia nem as horas
só a vida e dentro da vida
a morte. e dentro da morte
a vida. não importa...
eu ergo as mãos
e escrevo com nuvens
o meu testamento de
névoa, de terra molhada.
não quero ouro depois
da morte não quero reinos
nem nessa nem em outra vida
não quero também chorar nem
rir
deixem-me ser como uma
árvore , imóvel como um pilar
deixem-me ali quieto e seco
como o mar que não é mar
como a terra que não é terra.
escrevo.
a noite escreve.
a vida escreve.
a palavra descreve.
silêncio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário