FOGO E
METAL ,(poesia)
to*do o di*re*ito re*ser*vad*o
O meu peito é um fuzil
O meu peito é um fuzil
e ele não carrega cavalos.
Os cavalos podem te carregar
O meu peito é um fuzil.
Antes se-lo sofrendo
Por que quem quer
amar o mar amar?
Brincando de palavras
O meu peito é um cavalo
Um cavalo em forma de fuzil
Uma cavalgada de balas em todas as direções
Meu peito carrega todos os corações
Um fuzil sem entranhas
Um metal abençoado pelos anjos
Um tiro no escuro em vossos lábios:
O meu peito é uma metáfora de guerra!
BATE
Bate martelo
levanta alavanca
soca o peito em
balas, os lábios em
fornalhas quentes
Bate martelo
levanta alavanca
ela é bonita
como a cerca farpada
ela é bonita
como a faca que corta pão
ela é bonita
quanto todo o meu coração!
AMADA
Amada, tu
me pedis-te
uma atitude
de amor
além das
palavras.
É claro que
eu, escrevendo
decidi dizer
que mesmo sofrendo
algumas atitudes
apaixonadas
levam à morte
as amadas.
Se tais atitudes
é questão de amor
Amada, aceita-me o
meu verso em forma de flor...
um anti-haikay
corações enferrujados
com rugas
taca-se óleo
para engrenar
as alavancas..
CADA UM
Cada um
ao
nascer
carrega de
dentro
de si
mesmo,
um
coração
que
pulsa
como
fogo
de artificio.
Pulsa
repulsa
e explode
sem dinheiro
o peito de dentro
antes de se saber
não se sabe o peito.
Nós dois sabemos
Por que nós dois
temos o coração
martelando nos
pregos do amor.
Martela, martela
E prega e prega
O coração prego
No prego? Não.
Em nós dois em
Fúria e em união...
Louvor à la Walt Whitman
Ainda que seja amor
ou que amor não seja
eu imaginarei um céu puro
eu imaginarei cantos belos
eu imaginarei lugares felizes
Ainda que seja amor
ou que amor não seja
caminharei com minhas metáforas
carregarei a máquina do meu peito
carregarei o búfalo do meu amor
Ainda que seja amor
ou que amor não seja
conviverei com os infelizes
me apaixonarei pelas meretrizes
ressuscitarei os religiosos
exaltarei os tristes e os mentirosos
Ainda que seja amor
ou que amor não seja...
Se não tenho outra voz
Se não tenho outra voz
tenho o mesmo coração
e ele bate como uma
máquina
furiosa,
fazendo
feliz seu
trabalho
de bom
bardeio.
Se não tenho outra voz
tenho essa bela canção
onde poderás ouvir es
trelas, sóis, luas e outros
planetas que não o nosso.
Se não tenho outra voz
tenho esses mesmos braços
de homem, posso te abraçar
se me deixares fazê-lo
se não tenho outra voz
tenho essa mesma boca
que pode em um beijo
unir tudo o que pensamos
em uma palavra: eu te amo !
O meu peito
O meu peito
se explodiu
em centenas de fragmentos
e dentro dele
meu coração saltou
para a frente
como um relâmpago
e suas mãos
seguraram o
viñho e os tijolos
e seus dedos
apertaram o gatilho
o' explosivo explodiu-me
e eu fui elevado do inferno ao
primeiro paraíso
sangrei com todo o l o coração
e ele batia como um furacão ¨ * ¨
sul norte oeste leste nas vivas
fagulhar: meu peito se espatifou em mim!
ONDE?
Onde estão os gritos?
Em silêncio
os homens
esperam
o fim do
que conhecem.
que o apocalipse
se cumpra, dizem,
e os chicotes se retumbam
no dorso do pobre, do poeta, do homem.
Não, senhores, não, senhoras
eu prefiro acreditar no amor
no ardente amor
no amor que
carrego
no amor pesado
que sustenta
todo o universo
com os dedos
entrelaçados
em dores e sorrisos
e risos e apitos.
Eu ergo
minhas mãos
sujar de carvão
outros
podem levantá-la
com a sujeira que carregam:
dinheiros, sofrimentos,
eu brando
com voz branda
para que os anjos
escutem e se assustem
já que eles podem me destruir com suas espadas
e me expulsarem do paraíso e de minha casa:
um brinde a você
maldito burguês
que come dinheiro
todo dia toda vez
um brinde ao homem
o homem comum
que trabalha
e tira do suor do
seu rosto de
múmia viva
sua palha.
E como vagabundo
louvo os azougues
que os cristos trazem
e dizem que vai reinar a paz
por que é preciso a construção de um templo
para que volte do céu o salvador em fúria e vento e
ressuscite toda
a bondade do fim
homens, perdoai
ele não sabe o que faz
outro poema
ela, me disse,
meu amigo,
certo dia,
desses,
em que,
eu, menino,
poeta, and
ava, triste,
dizia; o amor
meu querido,
como se eu
fosse
mesmo
capaz
disso,
é um
fogo
dentro
do umbigo.
Ora, eu
berrei
em seu
surdo ou
vido
meu p
oema
é um
pedaço
decoração
de vidro
e nenhum
ninguém
se não entende-lo
duvido.
Porém
apenas
mais
mas ela
me disse
quem
que belo
português
um certo
amigo
desses
disse
como
se eu fosse
explodir
e explodi
ora não me agredis-te
só disse
meu português
pensei que era
ruim mais o seu
é péssimo triste
(acrescento: e nem existe)
pode ela alguém ele você
até me influenciar o corpo
mas a alma do coitado do morto
não influência nem mesmo o todo.
Agora, se ela chegar um dia
e me falar: seu péssimo português
não me agrada, acreditem
sei mais russo que absurdo é um urso.
E se ninguém
me entender, bacharel?
Nem mesmo o burguês
de quem eu nunca pensei...
E os ricos? e os pobres?
eles todos estão famintos
e aposto meu amigo
que não irão jamais
quererem comer poesia.
Palavra é coisa barata,
por isso
a biblioteca
anda parada
como uma barata
pisada
por tristes
e silenciosas almas.
Como se eu fosse
mesmo servo da paixão
e fosse me entregar
de cabeça e coração
prefiro me esbaldar
de palavras e tintas
a discorrer sobre alguma
religião
ou vã
filosofia
e agora
que isso
que deixo aqui escrito?
é dizer
meu amigo
que ninguém
nessa vida morre
e quando morre
a vida vai além da morte.
nunca
Seu rosto é uma flor
seu rosto deveria ser um diamante
só que diamante são caros para mim
e o meu coração é pobre de dinheiro
Seu rosto é uma flor
então suponho que sejas um vegetal
suas nádegas serão as sementes e seus
seios, seios corpulentos e domesticados
devem ser o que? o que são? verdes são
teus olhos e sua boca é um espinho em forma de violeta
Só que tua boca é vermelha (pronto, minha amada, já
entramos em contradição), agora o melhor é deixar
de lado isso e ir ditar cartas aos anjos do paraíso
perdido
só que eu vou escrever essa
únicamente para você! E você
não pode lê-la. Só que se chegar
a por os olhos nela, não sorrias
nunca, como sou um astro és
uma flor. Tu secas, e eu, apago!
ESCREVER POESIA
Escrever poesia? Para ninguém? De anatomia nada sei.
Respiro.
Antes aqui ou lá na estrada? Me vale é sacudir-me
antes emmil
Duzentas e sessenta' s palavras, do que me desesperar
em explicar
O que escrevo em setecentas rimas quebradas.
Público? Quero ser lido. Lido? Não quero público! E
por que publico?
Ora, dá um pincel para um macaco, e pergunte a ele o
por que dele pintar
Tão belos abstratos...
Escrever poesia? Se eu sei? Menos do que comer. Isso
bem sei.
Segundos maiores e menores, por rimas brancas e livres
e soltas
antes que alguém diga para mim: publique-o. Eu replico:
respiRO!
Poesia! do oriente? que de lá sei? só sei do que minha
terra oferece,
e nem me importa aprender o russo, o turco ou o
japonês.
Só que sei que sou todos os homens na terra, e
percorro-a
Com meu coração de carne, e sangro como qualquer um dos
Homens... Poesia! Dela? Nem exegese nem explicação...
Ela é
todo o meu coração!!!
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