sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Foste o meu tudo e Foste o meu Nada

Foste o meu tudo e Foste o meu Nada
E nisso tudo tornou-se sombra e enegreceu
A vista dos poetas que habitavam o bar da desgraça.
Gritando como um triste sofredor, foi o céu nublando e nublando
E vi distante algumas belas lagartixas devorando lindíssimas borboletas solitárias.
Eu disse que seu rosto era apenas uma lembrança de vinho
E que o vinho do seu corpo, degustado por um homem desgraçado e cruel
Disseram que a boca que cantava tango não podia ser feminina
E arrastou-se o oceano no lamento cru e vivo de uma onda
Afogando e matando os amores destroçados por Poseidon.

Foste o meu tudo e Foste o meu Nada
Nisso tudo deixei o anel prata brilhando na beira da praia.
A prata dos cálices se misturam na beleza das ninfas
Não comparo-as a você, tenebrosa e avassaladora mulher incompleta.
Não sou quando és e não és Quando sou. Apenas deixei a alma
E você deixou o corpo, e como nenhum pode se tocar
Não nos amamos, apenas nos afastamos.
Tu foi para as ilhas onde não habita coração nenhum, e escreves-te a palavra
Traição na nobre de vosso seio.
E você não entendeu meu poema romântico, e engoliste as estrelas
Como uma criatura vil e má, sem sentimentos,  e eu vi a lua se deitar calma e desesperada.

Foste o meu tudo e Foste o meu Nada
Como saberiam amar se não nos amamos como todos os outros?
Restou o sono, a pedra, a concha, o mar, o sino
E um cachorro passou por mim e brinquei com ele
E me recordei de você enquanto me acalmava a noite

Serenamente meu peito pegou a guitarra
E na alma calma do sentimento calmo
Mergulhei na lembrança mais triste que pude
E sorri: você fazia parte dela.

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