Fazer o poema já é o refazer do próprio poema.
Não o refazendo não é possível o fazer.
Como então juntar o aço na liga anti-lirica
De um som que é metal sobre metal?
Fazer o poema juntando o que não
Se diz na luz ( marinha clara que
Não está claro no silêncio do não dito.
Então não dizer é a melhor escolha
Para os que não tem o que dizer.
O poema refeito e feito tem muito
A dizer no que não está feito. Que
Duvidas há então em fazer o que não
Se deve arriscar fazer?
O poema se faz sozinho, no silêncio
Do seu fazendo/refazer/feito. O poema
Que tão silencioso esconde suas entranhas
Arrisca em dizer o que não consegue dizer.
Tudo isso é uma pena de se deixar escrito.
Por que na busca de deixar escrito
Sonho/vontade/ que já é risco
Não se deixa escrito a chama
Que é o que move o (?) escrever dizer.
Como então dizer sem querer dizer?
Ora, com o refinado do açúcar
Que vale mais do doce, porque doce
Já tem em seu risco o salgado da elevação
Que é prosa escrita no pós-dito e entendido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário