quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
consciência de interiorano
Porque será que desejamos tanto
sair por caminhos novos e viajar
e tentar enfrentar o desconhecido?
Porque não podemos apenas
Ficarmos na tranquilidade de
uma casa, de uma janela, de
alguns rostos, de alguns momentos?
E a tranquilidade de não fazer nada
É isso o que une arte com depressão?
Esses postos de gasolina todos
aparentam ser espécies em plena atividade,
E essas árvores lindas, contempladas
por bandos jovens de pombas
que percorrem esse morro amarelo
que parece uma obra de arte concreta mineira.
A seu eu pudesse responder essas perguntas, ai se eu pudesse
Me sentir como eu queria sentir (mais isso já é confissão?).
Os novos rostos não me assustam tanto
Da janela eu vejo um novo mundo que não é o meu,
e eu não posso sequer gritar que o meu lar é lá.
E o silêncio que me sobra é uma bela musa
E só de avistar pipas, a cerra longe, envolta em uma espessa
camada de uma linda evaporação...
E essas nuvens que são diferentes daquelas que eu via:
essas são gordas, embora descarregam suas chuvas
como se estivessem vivendo no interior,
Meu Deus, elas são nuvens modernas
E nem querem se livrar desses aviões gigantes
Que passam de hora em hora por suas entranhas nuvescas...
Só vendo por dentro esse céu claro, essas casas
estranhas. novas, nada-modernas e nem estão em ruínas plenas:
então é isso o que o coração queria? A mera tranquilidade
De não se ser de lugar nenhum ou de não fazer nada?
Ou estou num país novo? Ou estou em um continente inexistente?
Será que me restará palavras para descrever os monumentais prédios
que parecem andar livres entre flores raras e porque tão banais, e árvores
grossas, e tranquilas, diante de um rio tão sujo e (eis nossa consciência humana)
vira-latas por alguns cantos tão estranhos dessa moderna vida.
É falta de imaginação descrever isso? É que o arco-íris que eu vi
gigantesco, como um arco moderno, já quase extinto em minha memória
ressuscitou no de repente do sentir o de dentro ou o de fora.
Que saudade do interior, e que vontade de ficar
Então fico, para avistar o que não me satisfaz
E acho que a vida seja isso: a nada tranquila vontade de não ser
Para estar em algum lugar, que não é o meu, e nunca será!
(não devia estar em casa, mesmo sendo lá o meu lugar
Na angústia de meus momentos?)
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