quinta-feira, 8 de junho de 2017

Nada


Não era antes,
não era, e não significava
absolutamente nada,
nem poeira, nem estrela.
Não galopava, nem dava
a sentir algum som,
vento, vida, nem tristeza
poderia ser, palavra oca,
nem rio, nem fonte, nem
noite, nem dia, nem hora,
nem pensamento, nem
significações.
Tudo parecia vazio,
tudo parecia completo.
Bem fundo era como se
o mar tivesse entrado em
teus olhos, tornando-os belos,
tornando-os negros, puros,
coloridos, infinitos, cor de âmbar.
Não. Mesmo que fosse,
a madeira solitária apodreceria,
o mel solitário explicaria,
a abelha triste choraria,
e o oceano desaguaria
bem longe, dentro das
asas de uma paloma cansada.
Mesmo assim o vento se foi.

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