A mocinha, a bela mocinha,
a morena mocinha, cor de luar,
cabelos negros, a mocinha,
a mulher espiga, a mulher agulha,
a mocinha que anda como mocinha,
a mulher mocinha, de sombra
de olhos como guarda-chuvas,
com boca cheia de vodka e cachaça.
A mocinha, a mocinha prata,
a não-mocinha no meio da rua,
a mocinha cega, a mocinha meio oriental,
a mocinha cheia de alfabetos,
a mocinha branca,
a mocinha escura,
andando como uma mariposa,
voando como uma pedra,
cheirando o mar com orvalho,
trocando o céu pela aurora,
escurecendo o dia com batom,
a mocinha, a mocinha mais bela,
a mocinha mais maquiada do mundo,
a mocinha mais musculosa,
a mocinha, mocinha cheia de nomes.
Nomes esquisitos, confusos,
o dela eu me lembro meio como candelabro,
meio claro, meio escuro,
percorrendo o vento, levando
o céu pela cor vermelha do batom
e pela cor cinzenta do cimento.
A mocinha prata, colorida.
Ela, a mais bela, a mais doce.
Como uma flauta, uma mulher
feita de estradas, sonhos.
Ai, coração, que mocinha enluarada.
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