Se o porto não se move,
não é cinza o céu, nem a névoa
pode esclarecer o enigma,
nem o sal ou as ostras,
porque tudo dorme, tudo fica
imóvel, transparente como o
vidro, como a árvore quieta,
misturando a espuma e o licor.
Algumas aves passam pelo
céu nesse instante claro e
duvidoso, como se o lema
de uma canção fosse repetido:
é assim o amor
é assim a paz,
é assim os beijos,
tudo é ensinado.
E o vento vai e volta
como se a maré brava
estivesse apaixonada
pela areia, vomitando
espuma em forma de concha,
apanhando pequenos
peixes, molúsculos inocentes,
pedrinhas.
Uns disseram para mim
que era apenas um caso secreto de amor.
Eu duvido. Não passou
de fábula com moral perfeita.
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