O mar
frio
e galopante,
o mar
cinzento,
triste,
frio,
amargo,
sem plumas,
sem conchas,
sem nada.
O mar,
repetido
mar,
sempre o
mesmo enjoativo
mar.
O mar que se
canta e recanta,
o mar que se volta a cantar.
O mar do ocidente,
frio e frio,
o mar do oriente,
frio e frio,
salgado mar,
sem pátria,
sem nome.
Chamo-o de
mar por pura
preguiça.
Não te nomeio em
nada, porque não
tens raízes, nem mãos,
nem pés.
Mar, mar amargo,
mar sem olhos,
sem primavera,
mar cheio
de seres
inomináveis.
Mar de plantas
sem perfume,
de amores
afundados.
Mar de guerra,
sangue,
mar arrogante,
mar sem ensino,
mar camponês
e simples.
Mar que ama
as praias sem
seios desnudos.
Mar que odeia
os navios carregados
de petróleo.
Mar sem cabeça,
sem orelha,
mar dos sinos
enferrujados,
dos motores,
das tristezas.
Mar sem sereias,
mar sem realismo-mágico,
mar sem amor.
Mar infinito que se gasta
em cada dia,
cada roupa,
em cada relógio,
em cada aurora.
Mar e mar.
Bastante mar salgado
que não significa
nada para as
horas.
foto: ilustrativa
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