sábado, 23 de agosto de 2025

Sonhei com ela

Sonhei com ela.

Alta, a pele escura brilhava

como um espelho noturno.

Seus olhos —

firmes, não de sonho,

mas de vigília.

A boca,

meio sorriso,

meio silêncio.

Falava sem palavras,

e eu apenas seguia,

num corredor sem paredes,

onde o chão era água

e as janelas davam para nada.

Acordei.

Na claridade breve,

ficou um vestígio:

um toque,

um gesto,

um corpo inteiro

que parecia dizer:

“ainda estou aqui.”



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