Em teus livros, Fonseca, a vida arde,
Nas vielas, nos becos, no homem em luta;
A dor se faz poesia que não se tarda,
E a sombra urbana em palavras se oculta.
Teu verso é espada que corta o descuido,
Teu riso é amargo, teu pranto, veneno;
No crime, no amor, no vício contido,
O Brasil inteiro se revela em teu terreno.
E assim, mestre, teu talento é farol,
Que ilumina o grotesco e o vil, o sórdido e o belo;
Com coragem e ironia, dás o sol
A quem vive perdido, errante e singelo.
Rubem Fonseca, em teu nome se encerra
A força da palavra que eternamente impera.
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