quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Fonseca

Em teus livros, Fonseca, a vida arde,

Nas vielas, nos becos, no homem em luta;

A dor se faz poesia que não se tarda,

E a sombra urbana em palavras se oculta.

Teu verso é espada que corta o descuido,

Teu riso é amargo, teu pranto, veneno;

No crime, no amor, no vício contido,

O Brasil inteiro se revela em teu terreno.


E assim, mestre, teu talento é farol,

Que ilumina o grotesco e o vil, o sórdido e o belo;

Com coragem e ironia, dás o sol

A quem vive perdido, errante e singelo.

Rubem Fonseca, em teu nome se encerra

A força da palavra que eternamente impera.



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