Caminho.
As pedras me acompanham como cães sem dono.
No asfalto gasto, o futuro é uma sombra que não sei ler.
E meus pés duvidam da terra.
Caminho.
O vento traz recados de fábricas invisíveis,
há fumaça no horizonte e um silêncio metálico,
como se a cidade inteira fosse uma máquina de esperar.
Caminho.
Os homens passam, fechados em seus nomes,
cada um com o segredo de um amanhã guardado no bolso,
sem perceber que a rua também sonha,
que até o chão se pergunta para onde vai.
Caminho.
E se o futuro vier, virá torto,
como quem tropeça mas insiste,
virá com sede, com fome, com pressa,
e ainda assim haverá quem plante uma árvore
no meio do nada.
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