terça-feira, 26 de agosto de 2025

Caminhando

Caminho.

As pedras me acompanham como cães sem dono.

No asfalto gasto, o futuro é uma sombra que não sei ler.

E meus pés duvidam da terra.


Caminho.

O vento traz recados de fábricas invisíveis,

há fumaça no horizonte e um silêncio metálico,

como se a cidade inteira fosse uma máquina de esperar.


Caminho.

Os homens passam, fechados em seus nomes,

cada um com o segredo de um amanhã guardado no bolso,

sem perceber que a rua também sonha,

que até o chão se pergunta para onde vai.


Caminho.

E se o futuro vier, virá torto,

como quem tropeça mas insiste,

virá com sede, com fome, com pressa,

e ainda assim haverá quem plante uma árvore

no meio do nada.



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