carta a redação
Não sei se escrevo para o povo ou se de que tipo de povo devo dizer que escrevo. É muito difícil explicar isso, porque dentro de minhas entranhas intelectualistas, que é surrealista e modernista, sinto no fundo a necessidade de expressar o apoio ao povo humilde, o povo da classe trabalhadora a qual eu pertenço. Ainda não consigo expressar esse tipo de coisa, porque os fundamentos da minha arte são de outro tipo (sentimentais, artísticas). A minha necessidade básica seria demonstrar a minha cidade natal onde vivo, Adamantina, em poemas e peças, mais não consigo colocá-la em nenhum ponto, e isso acontece por causa da minha personalidade. Uma, sou cosmopolita de espírito, outra, sou protestante de carácter. Os meus poemas estão relacionados a temas da qual eu conheço e do qual eu convivo e de que desde pequena idade me foi oferecido por muitas leituras que tive, como a bíblia, os livros de poesia de poetas românticos, etc... citá-los geraria um texto muito mais extenso do que posso compor. Mais a arte do povo ou a arte para o povo deveria ser o meu sonho, e é claro que eu gostaria de ser lido pelo povo do meu país. Mais acho que alguns não entenderiam o meu propósito. Quero explicar bem isso para que o meu texto não seja místico nem de demasiada compreensão intelectual. Para mim, tenho uma alma andaluziana, por isso sempre li muito os poetas da Andaluzia, e vez ou outra, cito essa região em meus versos. Os meus temas são temas que podem parecer obsoletos, mais são temas caros para mim. Eu canto as minhas raízes que são portuguesas, judaica, cigana, turca, muçulmana, negra. Em meus poemas tento expor a minha alma, o meu momento, tento me decifrar, tento me esvaziar para me dar para que me leiam em forma de música. Eu diria que os meus poemas sou eu, ou uma tentativa de se eternizar em algo. Mais o povo é muito sofrido, e acho que minhas canções não são do interesse deste. Mais mesmo assim é minha intenção ser considerado um autor popular. Ou esse é o meu desejo. Não sei.
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