sábado, 28 de janeiro de 2017

Da janela da minha casa

...com os olhos cheios de espuma marinha e as mãos,  segurando pequenas  estrelas vermelhas quentes....

Da janela da minha casa
componho os meus sonhos coloridos
chorando lágrimas em formas de gafanhotos.
Me repito sempre, porque o mar está longe
e o meu coração de tartaruga marinha
está chorando, está sofrendo.
Não vejo a hora de partir nesse
mundo como um pequeno ouriço
e dormir nas asas de uma coruja
e chorar com os lagartos recém despertados do
dilúvio do amor.
Por mim tudo pode ficar explicado
nesse começo de apocalipse imóvel e sério.
Da janela da minha casa
componho os meus cânticos de frio e de neve.
Alguns ouvem e se irritam, outros riem e me aguentam.
Não posso ser vento, nem mel, nem farinha, nem coisa
alguma que sustente uma eterna alegria.
Por isso a janela cinzenta do meu quarto
simboliza a paz do mundo, simboliza o pó da terra.
O mar está distante e minha alma está encolhida.
Me perdi na terra como um caracol.
Sou miúdo e não tenho saída. 

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