Nuvens passam por mim
Como sombras de arbustos cheias de solidão.
O meu coração era aquela ferrugem
Aqueles papelões jogados no meio do quintal.
Trovões assolam a cidade e imensa ventania
Me toca e me agride.
Eu não choro por que não tenho tempo.
Canto e oro, pegando os pelos do gato
No meu olho de lagartixa.
Nuvens passam por mim
Sem cores, sem dores, sem nada.
O dinheiro está no banco e a borboleta na estrada.
Dieixei o meu cabelo na esquina
Troquei o meu suor por teu amor enferrujado.
Hoje choro, ai Deus, como choro lágrimas
De cristais enferrujadas.
Não posso voltar a dormir
Nem posso voltar a chorar.
Ai, Deus, como choro.
E como é bom chorar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário