domingo, 15 de janeiro de 2017

As coisas obscuras



...e não são os mouros os dono do mistério?


Sou o poeta que canta
todas as coisas
obscuras que
                        existem:

a rosa
o sal
a nuvem
o oceano
as lágrimas
o tempo
as folhas do jardim
os olhos da noite fria.

Todas as coisas que
duram dentro
da eternidade
finita do pensamento.

E canto, ai como canto,
a frieza dos mistérios,
a luminante maré do sonho,
os passos das raízes silenciosas. 

Cada planeta, cada estrela,
cada amor, cada navalha,
cada luz ofuscante, cada nada.
Tudo é o meu tema, e a minha matéria é a palavra.

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