sábado, 28 de janeiro de 2017

Aqui estou eu


Aqui estou eu
o pintor sem materiais
e sem nuvens e dinheiros
vejo as mariposas contra
o vento dançando nas oliveiras.

Queria tingir e pintar
de azul essa folha branca
mais as tintas que me faltam
doem a minha alma amorosa.

Aqui estou eu
o pintor sem materiais
e sem nuvens e dinheiros
vejo as mariposas contra
o vento dançando nas oliveiras.

Nas mãos a angustia
de não ter um pincel ou
a tinta guache a disposição.
A noite é a mecenas que me abandonou. E

Aqui estou eu
o pintor sem materiais
e sem nuvens e dinheiros
vejo as mariposas contra
o vento dançando nas oliveiras.

A tinta me consome a alma
como se fosse uma fumaça
subindo pela cadeira e pelo céu.
As águas transbordam em meu ser.

Aqui estou eu
o pintor sem materiais
e sem nuvens e dinheiros
vejo as mariposas contra
o vento dançando nas oliveiras.

Alguns me julgam rudes
eu me creio um andaluz desterrado.
Fiquei com um coração cosmopolita
mais a minha terra quis me destratar.

Aqui estou eu
o pintor sem materiais
e sem nuvens e dinheiros
vejo as mariposas contra
o vento dançando nas oliveiras.

Chamaram-me de ladrão
e os ladrões roubam dinheiro 
em todas as partes, enquanto eu
julgo estar vivendo da minha arte.

Aqui estou eu
o pintor sem materiais
e sem nuvens e dinheiros
vejo as mariposas contra
o vento dançando nas oliveiras.


Dói o meu ser porque
não te vejo mais. E

Aqui estou eu
o pintor sem materiais
e sem nuvens e dinheiros
vejo as mariposas contra
o vento dançando nas oliveiras.


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