sexta-feira, 20 de abril de 2018

A voz do morto



Acordo morto todo dia,
adormecido pelo som lilás
da tua voz de melancia.
 Visão de runas
e melancólicas argilas,
remédios vencidos sem
datas, livros tombadas
como guerreiros de Granada.
Vencido e vencedor
unidos pelo mesmo sangue
e derretidos pelo mesmo sol.
 Com o cantar gigante
componho poemas com
coisas que  me rodeiam 
e rimam minha ansia
de escapar da morte:
 morte pura
 morte sem sorte
 morte melancolia.
Acordo e vejo seus lírios.
E de novo adormeço,
com sede,
com fome.

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