Falhados versos presos
ao meu coração e a minha garganta
surgem enquanto a noite chora
suas lágrimas e suas foices de estrelas.
Levando as donzelas o rio geme sua canção
enquanto pequenos insetos continuam
sua chamada errante pela terra.
Penso que ao colocar no papel
o meu gemido em forma de relampago
irá chegar um navio, embalsamado
de fantasmas e lembranças.
Penso... e pensar me dá câimbras.
Vou levando o meu passo
errante de eterno semita preso
aos bárbaros sem pressa,
e me calo mudo pela morte
cheia de arenas e flechas.
Me deixaram imóvelnessa cidade maldita.E enquanto os meus olhosse perderam em nubladosmomentos de chuva, fui vero seu rosto, que estava fadadoa ser o meu escudo inútil...
Não tem pressa, nem amargura,
tenho apenas no peito os versos
que compreendem
o significado da loucura.
Por isso minhas mãos respiram
o limão e a laranja
e as flores sentem os meus versos
com bafos de morte
e dores lentas.
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