terça-feira, 3 de abril de 2018

Folhas no coração adormecido



Temos coloridas casas,
 os arbustos ao vento 
dançam para alegrar
a tristeza de pequeninas fadas.

Dorme, coração,
sua ampla joias de emoções
estão no fundo do mar.
Borboletas são serafins,
e os reis do petróleo jogam
suas cartas para as praias.

As folhas se vão.
As folhas, as alegres folhas.
O coração está triste,
o pequeno coração,
fruto da míseria e da vida,
fruto das coisas que a pobre
cigarra não consegue compreender.
Ela, que vive para cantar,
se espanta
com a repulsa das formigas
embriagadas de comércio e sujeira.

O coração se eleva com um grito.
Do outro lado do rio a voz de Cristo
se findou da montanha como um tijolo atirado no peito asmático.
Dou-lhe uma, dou-lhe duas, e vendo todas as macieiras
para os corações desesperados.
Mas o coração está dormindo.
E as folhas, estão chorando,
enquanto os brotos dos feijões

mortos, vão surgindo...

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