Jovem visão de um rosto
adormecido pelas estrelas.
No barulho do vento, a
escuridão nos contempla
em silêncio.
As estrelas, astros frios,
imensos polidores do escuro,
ardem om dilemas.
Não estamos juntos. É só um poema.
Mas do outro lado, como um imenso passarinho,
uma lua vazia e cristalina
nos contempla com olhos
invisíveis e malditos.
Perdão a natureza,
tudo o que podemos ver
é um cachorro sarnento
com as costas sangrentas,
um sapo na porta, esperando
a benção do sal na pele escamosa,
e o sinal de uma bicicleta em movimento.
Mas enquanto o poeta dorme
suas melancolias vão se transformando
em remédios passageiros.
Não se ter direção quando se olha
para cima, mostra que o céu se tornou vazio,
e a vida é feita de pura melancolia.
Dizemos adeus.
Até aí sempre dizemos adeus
para as coisas que perdemos
sem saber o motivo: as coisas
que se vão, porque não nos
pertencem mais, as coisas
importantes que guardamos
na memória, como se alguma
coisa de dentro para fora dissesse
"nada disso te pertence".
Por fim o sol se levanta,
a escuridão se definha
como uma baleia em decomposição.
O alaranjado céu esquenta nossos olhos.
Foi tudo uma ilusão como bem entendemos.
Podemos ir trabalhar.
E eu só queria muito ter dormido em cima, no teto.
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