segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Amor



Ontem o céu estava como hoje:
cheio de nuvens grandes, rosadas
e roxas.

Era um dia quente, quente.
Nenhum vento de frio soprava
sobre os rostos.

Estava quente como hoje.
Mas o ontem se tornou hoje
tão depressa que podemos

imaginar uma ruptura no tempo
para lembrarmos que dia e noite
são o mesmo lado da
moeda.

Esquecer é um perdão eterno.
O espelho do céu reflete a lua,
decrescente figura, minguante,
lembrando que os amores não
podem ser essas flores laranjas

que sorriem para a paisagem
(e não para o pintor).

Agora o laranja é intenso,
embaçado como pote de manteiga.
O céu escuro irá tingir esse quadro
parecido com o vestido de uma linda mulher.

Por fim a noite irá cruzar os nossos olhos.
E outra vez irei recitar com minha voz fanha:
ainda te amo, te amo.

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