terça-feira, 12 de dezembro de 2017

A mocinha


Começou com um simples pedido de amizade. Ela mandou o convite. Eu aceitei. Simples assim.
Fiquei impressionado com sua beleza. Me lembrei até da frase "as aparências enganam". Meditei. 
Ela me lembrou um antigo amor que eu tinha, antes de conhecer o mar ou o céu. É difícil dizer essas coisas com palavras certas. 
Vou tentar resumir: ela tinha os cabelos negros, escuros como a noite.
Era uma morena de cabelos negros, igualzinho a... Só mudou o nome. 
Seriam a mesma pessoa? Ou quem sabe seria até um perfil falso, um "fake" contemporâneo? Não entendo essas coisas. Nem ela de certo.
 Mas então um dia ela me deu oi. Um oi tão ligeiro, tão simples, tão bom. Um oizinho imenso, capaz de abrir mares, desplantar árvores, desaguar nuvens. Estou tentando ser poético, e como sempre não consigo. Mas essa mocinha era a mais pura poesia que Deus estava fazendo para mim. 
Conversamos, me amiguei da moça. Fiquei encantado com sua rapidez em querer ficar comigo. Eu queria a conhecer, é claro. Afinal, não sou sábio, mesmo assim é muito bom conhecer novas pessoas, sair um pouco da cova da solidão.
Quer me encontrar aonde? 
Ah, esse aonde me impressiona. Até hoje estou o ouvindo, lendo suas palavras. Que tal ali? Marcamos o local. Que horas? Horas tal... Ótimo.
Alguns afazeres comuns, uma pequena garoa, uma caminhada rápida até a farmácia. Etc... etc... etc... Preciso de um remédio. Pronto.
 Na hora marcada para se encontrar com ela, a musa, a mística, lá estava, eu e o sorvete na frente da sorveteria.
Quantas pessoas, quantos carros desnecessários. 
Quanta pressa; para onde eles querem chegar assim tão rápido?
Mesmo assim estava ali esperando ela. Tinha chegado visita na casa dela. Entendi, como entendo tudo.
E até hoje estou com o sorvete, a água com gás e o guarda-chuva esperando ela chegar. Ela não vem. É melhor voltarmos pra casa. Onde quer que isso seja!


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