Mas eu quero deixar o meu amor aqui
amanhecido, alaranjado como a nuvem branca
refletindo a luz do sol com pequenas variações
sinistras de alaranjado: laranja escuro, rosado,
laranja claro, embranquecido.
Lembrando que todas as coisas que vemos en
quanto estamos andando pela cidade é fruto
da construção lógica e herança da humanidade
fria e calculista.
Mesmo assim amemos os buracos no meio da
rua, as calçadas com pedras soltas,
as árvores belas, musgosas, cheias
de formiguinhas subindo, subindo sem
rumo, sem ordem de chegada /ou saída.
Se souberem alguma coisa para que
o amor não seja algo comercial, ou variável.
Como dizia Herbert, nós nos afastamos
irremediavelmente um do outro como...
Vejamos os peixes no aquário. Peixes-palhaços.
Amphiprioninae. Que linda coloração.
Preto, preto, laranja, branco.
Branco, branco. Laranja. Preto, preto.
De um lado ao outro no aquário.
Vou usar a imaginação como te pedi:
somos eu e você no aquário, bolhas
subindo, subindo. É o amor, dizia a canção
irritante e constante que se tocava na rádio.
Agora um detalhe simples e qualquer.
Uma volta, um pequeno esquecimento.
Sozinhos? Sozinho. Eu e você. Não pra sempre,
é claro. É só um momento qualquer. Ouvistes?
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