terça-feira, 25 de agosto de 2015

MELODIA NOCTURNA


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Nesse dia com sóis, nesse dia sem tristezas,
nesses abismos abertos, nesse céu imenso,
nesse infinito véu onde tudo acontece, 
nesse planetinha azul onde o amor e
a tristeza juntos aplaudem o vento e as
mares constantes oceânicas, nesse instante
infinito de finitas possibilidades teu rosto
contemplo como uma estrela se ardendo
no espaço, girando e girando constantemente
no ritmo lento da linguagem dos meus parágrafos.

Nessas asas coloridas, nesses sofrimentos cinzentos,
nessas garoas perdidas, nessas imensas cidades
onde o conforto e o terror da pobreza se unem,
nesse infinito prédio de livros, nesse prédio de túmulos
vazios, nesses inconsequentes delírios joviais, nesses
hospitais cheios de luzes e esperança, nesses sorrisos
onde o imenso e o pequeno se encontram, nesse
destino sem tréguas, nessa imensa paisagem onde
o canavial e o pé-de-café se encontram juntos como
uma imagem nua de uma mulher naturalmente bela,
tudo se encontra em mim, todos os seres, todas as cores,
todos os momentos, me perco me encontro entre você
e eu... Lá estamos juntos, ainda que não saibas, tu e eu
somos um só, amigo meu, amiga minha, companheira e 
companheiro...

Ergo a taça da saudação que pode transpassar os 
olhos dos pequenos agricultores, das pequenas
sereias que se perdem banhando-se nas
águas que os deuses perdidamente não quiseram...
Mas eu e você sabemos que o amor
é o único remédio para a natureza do homem.
Oxalá, o mundo fosse todo feito de alegria....
Embora as tardes chuvosas ocupem o meu tempo
de santidade e sabedoria, penso nas ostras e nos
olhos dos amigos, dos amores, dos livros e dos
destinos que não posso ter, mais que me têm
ainda que não saibamos como...

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