“...muitas vezes me perdi
para encontrar a queimadura que mantém tudo acordado...”
- Federico García Lorca, poeta espanhol
Minha voz
se perdeu
no meio
da noite
no meio
da cidade
no meio
das igrejas
no meio dos
bares.
Fiquei
inteiro
fiquei
fragmentado
fiquei
terra
fiquei
enterrado.
Minha voz
se perdeu
foi pelos
poços
profundos
de gentes
e de mares.
Minha voz
veloz
se perdeu
nas luzes
nas trevas
nos anjos
nos espectros
nas noturnas
feras
nos animais
domésticos.
Minha voz
de toureiro
minha voz
de poeta
minha voz
de santo
minha voz
de profeta.
E de tudo isso
gritei, lendo schopenhauer:
quem eu era?
Que silêncio de pedra!
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