Ai, o muro está cego,
o muro, o mundo, o muro é cego,
ar corroído por traças no cérebro,
ai, meus pensamentos cegos,
nenhuma palavra me serve,
nem um poema brota sem trabalho,
os poetas estão cegos,
ai, meu mundo selvagem de espelhos,
amores quebrados, descartados ao vento,
ai, que quero dizer a todos o que sinto,
dizer sem dizer dizendo dizer o que sinto,
vai, que o vento percorre rios e sofrimentos,
antes que as aulas recomecem e o trabalho
me torture eu leio freud spinoza schopenhauer
em cima dos muros, dos muros cegos, da vida
cega da existencia cega do fauno do rio velho
triste e cego cercado de ninfas lindas e loiras,
ai, o muro está cego, os espelho já não me refletem.
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