domingo, 18 de fevereiro de 2018

Ode a São Paulo



Estamos na capital é claro,
a fonte do dinheiro, a fonte do petróleo,
onde todos vivem, onde todos morrem,
essa é a grande cidade de São Paulo.
Não vejo anjos, nem querubins, 
nem nuvens, mas vejo igreja martelando
e notícias pela televisão ligada o dia inteiro.

Chove de noite gotas selvagens
misturadas com os prédios que suspiram.
Há algum poeta vivo nessa cidade?
Estão mortos como o rio que corta
a principal avenida.

Martelam as pessoas cosmos,
onde estarão os tais seres humanos desse planeta?
As árvores grandes, os troncos grossos,
nos acenam com suas folhas pelas janelas
embaçadas.

Quanto comércio, quanto posto,
as pessoas desse lugar não devem dormir,
devem ter um lema como esse:
trabalhar, trabalhar até morrer, trabalhar para viver,
trabalhar e sofrer, trabalhar pra se manter.

Essa é a capital, escuro é o céu
enquanto o litoral nos oferece um respingo
de saudades imensas.
Não ser daqui é ser daqui, me avisa o eu
turístico que rumina livros no escuro.

São Paulo é minha cidade,
meu sofrimento,
meu imenso muro.

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