quarta-feira, 26 de julho de 2017

Percurso qualquer



Um rio largo percorre
o coração de asfalto
imóvel, de estrelas
embalsamadas do céu.

Pintadas de cobre,
algumas gaivotas enormes
dançam bêbadas de
tanto mar agreste de luz.

O por-do-sol 
sem auroras chorosas
canta lágrimas imóveis,
papeis e marfins.

O rio percorre sua
canção lenta e plumosa.
Sua fábula é repetir-se.

Seu fim é tornar-se salgado
de praias e de mares.

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