sábado, 15 de julho de 2017

Balada da morte prematura com vida



Se as minhas pinturas
não tem sombras

estou morto.

Minha cabeça está
cheia de poemas.

Por isso estou morto.

Não há lua nem rua
que possa me acalmar

o ser.

Estou morto.

Por que respiro estrelas?
Por que respiro sonhos?

Se nada acontece,
quebro o espelho
com os meus olhos.

Morto.

Morto como a morte,
morto como o mar,
morto como a vida.

Silencioso

Morto.

E vivo de morte,
para alcançar o paraíso
onde só há vivos e mortos.

Ninguém e todos.

Morto.

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