Coração
O mar do meu coração
sem ancoras, sem sal.
Chorando no caminho
ocidental, no fundo de
uma agulha,
na nota nua do amor.
O mar do meu coração
sem luzes, sem poesia.
Ferido no meio
da brisa de uma cidade
infestada de mortos
trabalhadores de rancor.
O mar do meu coração
ferido de flechas, santificado
de mentiras, sentindo
com as vibrações
do tempo as asas
agrestes das mariposas
do amor.
Ai coração, coração de vinagre,
coração sem mar, sem rancor.
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