sábado, 15 de julho de 2017

Coração

Coração


O mar do meu coração
sem ancoras, sem sal.

Chorando no caminho
ocidental, no fundo de

uma agulha,
na nota nua do amor.

O mar do meu coração
sem luzes, sem poesia.

Ferido no meio
da brisa de uma cidade

infestada de mortos
trabalhadores de rancor.

O mar do meu coração
ferido de flechas, santificado

de mentiras, sentindo
com as vibrações

do tempo as asas
agrestes das mariposas

do amor.

Ai coração, coração de vinagre,
coração sem mar, sem rancor.

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