quarta-feira, 12 de junho de 2024

o encontro de suzana

 O ENCONTRO DE SUZANA

Suzana abriu a porta do elevador e antes que ele se fechasse ela se lembrou que estava saindo de casa sem o guarda-chuva de sua avó. "Vovô teria me dito que eu me molharia mais que um urso atacando uma colmeia de abelhas", ela pensou para si mesma, dando uma leve risadinha. Quando ela pegou o guarda-chuva percebeu que lá fora realmente estava chovendo algumas moedas de ouro. "Não é bom sair de casa quando começa a chover essas moedas. Dizem que podemos encontrar algum espírito mágico. Nunca acreditei nisso. Será verdade?" 
Suzana pegou o guarda-chuva e o colocou dentro da bolsa. Fechou a porta do apartamento e apertou o botão para o elevador abrir. Lá dentro estava um imenso sapo, gordo, verruguento e verde.
"Que chuva - disse o sapo. -você não pretende sair para fora com essa chuva não é, Suzana?
-Não se preocupe comigo. - respondeu suzana timidamente, - você me conhece?
-Claro que te conheço. Lembra quando você tinha seis anos e caiu naquela lagoa, que era propriedade de seu avô? Isso faz muito tempo, eu sei que faz, e você me conhece de lá? claro, eu era o sapo da lagoa, antes que seus ancestrais chegassem ali e pegassem minhas terras eu já estava lá, Então você é muito velho, não é, claro que sou!
Tudo bem, tudo bem! - disse suzana, por acaso você quer receber quanto pelo pagamento da vívida? - Dívida? que dívida menina? Ué, a divida de meu avô, que tomou suas terras. Não estou aqui por causa de dinheiro. Não, e porque você está aqui? estou aqui porque está fazendo um friozinho ótimo nesse elevador, e eu por acaso sabia que esse apartamento é seu. 
E você pretende morar aqui comigo, agora? Não, eu sei que você tem namorado. Você não quer que eu te beije né? Menina idiota, por que eu iria querer que você me beijasse? Na escola, eu li e a professora também contou muitas histórias de princesas que beijavam algum sapo e eles se transformavam em príncipes. Isso é cientificamente impossível. 
Esse sapo só pode estar querendo me irritar, pensou Suzana. Ela fingiu que iria voltar para dentro do apartamento, embora pretendesse apenas fechar a porta do elevador e sair pela escada. 
Aceite meu conselho, Suzana, lá fora está chovendo moedas muito pesadas. Se uma moeda cair na sua cabeça você vai acabar virando escrava de algum banqueiro gordo e sujo.
Eu preciso ir. Eu tenho um encontro com uma amiga.
E eu não posso ser seu amigo? Claro que pode. Isso não é uma questão de amizade. Eu não te conheço. Embora você me conheça há muito tempo.
Verdade. Quando você caiu no lago, o deus das águas pediu para que eu deixasse você se afogar lá. Eu não iria deixar isso acontecer, embora seu corpo ainda esteja lá dentro do lago.
Como assim?
Você morreu quando ainda era bem pequenininha. Por isso vim aqui visitar seu espírito. Eu sou seu anjo da guarda.
fim
 

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