quarta-feira, 5 de junho de 2024

Não é como uma catedral?

 

Não é como uma catedral? 
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Vamos - ele disse. Eu me levantei depressa, peguei o óculos que estava em cima da escrivaninha, desliguei a luz do quarto e sai correndo pela rua tentando acompanhar seus passos apressados, eu nunca estive com uma pessoa tão apressada, nem mesmo quando transei a primeira vez com a prostituta que me mandou ter pressa para gozar na camisinha porque meu tempo estava acabando. Lembrei que eu estava lendo um belo livro de um escritor japonês que condenava os ataques nucleares em hiroshima e nagasaki, espere um pouco, não atacaram eles a china primeiro, depois fiquei olhando os prédios imensos que estavam à minha frente, os grandes arranha-céus, obra de judeus diria minha avó com orgulho já que ela era sefardita. Eu não tinha nem trinta anos quando fui para paris pela primeira vez tentando ser um pintor famoso, eu só conseguia copiar as obras de picasso até que vi que eu era apenas um copista e que eu não tinha nenhum talento para inventar minhas próprias pinturas. Porque você não tenta escrever um romance? ela me perguntou depois que dei uma gozada na boca dela. Nunca tinha gozado daquela maneira. A goza saiu muito quente, grossa e espassa, e pensei que talvez einstein gostaria de escrever um trabalho sobre a física da minha porra e isso me valeria um premio nobel de física por colaboração, ué, porque não, a ordem não é essa: Deus, os suecos da academia de estocolmo, e o resto da humanidade? Tentei começando pela poesia, e fiz muitos poemas de amor, um mais horrível do que o outro, e logo me dei conta que o trabalho de um poeta pode ser muito bem feito quando é feito em segredo, sem olhos inquisidores por perto para julgamentos brutos, porque é claro que toda arte é subjetiva, e então decidi me tornar o novo henry miller e comecei a escrever inúmeros diários que com o tempo fui queimando pelo simples prazer de me sentir como um bispo católico francês querendo aniquilar a cultura judaica do talmud. Esse meu naturalismo surreal não é como uma catedral? 
Viajei sobretudo por toda a França e pela Europa, mas também pela América e por Israel, sempre de espírito aberto, curioso pelas paisagens, pela arquitectura, mas sobretudo pelas pessoas. Por onde eu fosse eu sempre tinha uma caneta. Carregava comigo um pequeno caderno de desenho de bolso e sempre desenhava em quase qualquer lugar, na rua, nos cafés, no trem, até nos ônibus. Seja da natureza, seja de forma livre, o desenho foi a base da minha  arte. Até as prostitutas, mulheres jovens, travestis e veados que eu fui fudendo por onde quer que eu fosse eu pedia um instantinho para que eu pudesse desenhar, e fosse bucetas, paus imensos e cabeçudos, cuzinhos roxos, rosados ou pretinhos, eu sempre estava desenhando o meu mundo erótico e sensual que sempre admirei desde pequeno, já que os temas não têm sujeito, e existem por causa de um resultado poético. Se a poesia for alcançada, a imagem será alcançada. Nenhuma história. Poesia, sem título, de preferência. E é assim que sou surrealista, à minha maneira. Surrealista e erótico, claro. Então seu judeu max stein gabriel ataid, você quer escrever o que exatamente? uma enxurrada de palavras pornográficas para que os leitores fiquem de pau ou buceta excitados e gozem sobre as linhas dos seus livros? Quem sabe...Como Deus era completamente desconhecido e eternamente silencioso, Ele poderia ser dotado de quaisquer características que alguém escolhesse para atribuir a Ele não é?  Eu sou realmente  cético e solitário por causa das minhas raízes de judeu askenazita, não é?  Fui criado como ortodoxo e aprendi todas as orações judaicas, estudei hebraico e aprendi Torá e Talmud. Não acredito que lisonjeando as massas o tempo todo conseguiremos realmente muito... eu acredito que eu não sou esquerdista nem sionista, nem polaco nem americano, minha paixão é bastante simples e suficiente já que descendo dos judeus da Europa Oriental, especificamente os judeus de língua iídiche de que vieram da Polónia e aqueles que emigraram para os EUA e Brasil, pois quanto mais vivo com eles e escrevo sobre eles, mais fico perplexo com a riqueza da sua individualidade e (já que sou um deles) com os meus próprios caprichos e paixões. O que une os judeus de diferentes cantos do mundo, ao que parece, é a sua experiência separada mas partilhada da diferença, mesmo nos seus países de origem. A perplexidade das coisas não nos deixa perplexos, não é mesmo? Eu vi um navio partindo para outro continente, e acho que ele sonhava com leões da áfrica apenas por méritos, porque todo americano do norte é narcisista, não é, e a humanidade não precisa que Deus mova nem um dedo para destruir o mundo com essa quantidade de bombas atômicas que tempos, não é mesmo Hashem? Eu quero dizer com isso tudo que peguei e chupei a rola dele grossa porque ele disse assim: olha, tá dura, natan eu te perdoo, mais que foi bom foi bom, e quando eu vi aquela imensa tora negra já fiquei de pau duro e cai de boca e chupei e bati punheta pra ele e ele devia ter gozado na minha boca para mim engolir todo aquele esperma brancoso que ele sendo negro tinha, mesmo assim eu quero dizer algumas parabolas, eu gostei de ler paulo coelho e acho que ele merecia receber o premio nobel de literatura, é claro, e eu quero dizer que chupar pinto de travesti na rua é muito bom, e ir para a igreja também é, fazer orações, rezas, etc, eu não tenho nada contra o budismo, eu só quero escrever livremente e pintar para depois fazer sexo, transar, e por fim chegar ao céu, eu acho que se isso me for permitido, eu gostaria de ser a filha da chiquita bacana, e caetano veloso é um poeta cantor que eu amo escutar mesmo. Chega de pompas, eu quero escrever uma carta para a humanidade, uma carta póstuma que chegue ao outro lado do mundo, e eu quero dizer que eu me esqueço de tudo o que escrevo, e se eu ofender algum puritano eu dou a minha outra face e quero que tudo o mais vá para o inferno porque esse é o meu slogan e o do sol, e a gente é feita para brilhar que nem estrelas e não para morrer de fome, certo? Eu odeio mudanças, mas é preciso se mudar de casa, de vida, de amores, de músicas, de deuses, de gente, etc... a vida é feita de mudanças, boas e ruins. O que eu escrevi, escrevi.

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