quarta-feira, 4 de julho de 2018

Teoria, ou visão comum de um sistema em crise

Teoria, ou visão comum de um sistema em crise
  
 O trabalho em si mesmo não é a satisfação de uma necessidade própria (a não ser que o interior force o ser a trabalhar para se ocupar da figura da morte), e sim, um meio para alcançar a beneficiação de outras formas de necessidades (comprar objetos, ganhos sexuais, etc...).

  O que demonstra a face aguda da malignidade do trabalho é que o trabalhador não trabalha dele e para ele (como deveria ser conforme os mandamentos de Deus, "com o suor do seu rosto adquirireis o pão 
cotidiano"), pelo contrário, seu trabalho é exercido para outrem. Assim, seu trabalho não lhe pertence, não lhe é posto o trabalho para si e para o seu sustento, e sim a outra pessoa, para o sustento da riqueza dela, porque assim o trabalhador se permite ser explorado.

 O ganho do trabalho se transforma em algo estranho, não? A figura do dinheiro. E a quem pertence o poder desse pedaço de papel? Ao governo? Ao diabo? Ao próprio homem, que não enxerga mais a verdadeira vida interior como forma de satisfação pessoal?

   A atividade que exerce não pertence ao trabalhador, mas é uma atividade que o aliena, forçadamente, para que o conduza a pertencer a outrem, assim como é regida a maldade da sociedade em que vivemos. Se o meu trabalho me é imposto, e não me pertence o seu controle, apenas o exerce-lo, não deveria o trabalhador eliminar esse outro que não eu para que eu possa conduzir os meios?

 O dinheiro com tudo isso tornou-se o deus desse século, um deus materialista. Não um deus, melhor seria usar a palavra, um demônio, um meio de troca, eficaz sim, porém perigoso. 

 Porque como disse Marx, ele é a essência alienada do trabalhador, que o prende, é uma essência que  domina o homem e ele presta cultos e adorações a um pedaço de papel. Não pode romper com o sistema, porque quem possuí as mercadorias a troca pelo demonico papel, e assim gira toda a sociedade humana num tédio sem fim, crucificando-se a si mesmo, e tornando como disse Salomão em  Eclesiastes 1:3,4 :  Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol? Uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece.

   A alienação que produz o capitalismo com o uso do dinheiro e da sua maldade (que é o seu verdadeiro modo de sobrevivência, sua essência é cruel é má) torna o trabalhador um simples fantoche, um uso.  Nesse sistema, o capital, não se efetua uma atividade livre, pela parte do trabalhador, do operário, pois este é constrangido a vender sua própria vida que é sua força-de-trabalho para viver. Acaso, pergunto eu aos cristãos que defendem o capitalismo, isso é o que propõe o Cristo? Onde está o vivei em união ? 

  É claro que esse sistema em que vivemos já foi mais do que o suficientemente demonstrado em livros, teses, artigos, que sua funcionalidade é ridícula, porque desvaloriza o mundo humano real com o aumento da razão diante do valor que se dá a objetos em utilidades. O trabalho por si mesmo não cria o objeto, pelo contrário, ele também é o produto do homem em si mesmo, e usa o trabalhador disso para se tornar ele mesmo uma mercadoria, na mesma proporção em que é usado para a produção dos bens.

 Por mais que escrevamos, gritemos tudo isso, nossas limitações textuais como filósofos, artistas, poetas, apenas prova que o povo é quem cria suas próprias cadeias, porque é controlado como um rebanho por meio da aceitação diante da riqueza de poucos.
 Sabemos que o trabalho é uma imposição, ou como diria um amigo meu, a vida é uma rapadura, é doce, mas não é mole.

Creio que a humanidade inteira está indo pelo caminho pavimentado que leva a direção da porta aberta de sua própria destruição. A história irá se repetir como sempre, primeiro como uma tragédia, depois, ao que restar, perceberemos como tudo não passou de uma farsa.

 A necessidade humana é o que gera o nosso sistema. O sistema é corrupto porque somos seres corrompidos. Aos humildes, só resta a revolução. E aos poderosos, só resta ainda teme-las.

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