segunda-feira, 2 de julho de 2018

Crítica de um Ponto de Vista Literário Alusivo sobre a Filosofia de Immanuel Kant

Crítica de um Ponto de Vista Literário Alusivo
 sobre a Filosofia de Immanuel Kant


I parte - 
ensaio sobre kant, ou o mundo dos objectos, ou o que entendi de sua filosofia primária, minha primeira visão, particular e anti-dogmática

Não é novidade de se perceber pelo título desse curto artigo que sou um leitor de filosofia, e que sou de fato um admirador da obra do filoso alemão Immanuel Kant.

 Isso, pelo fato de que sua filosofia de certa forma influenciou a filosofia particular e única de Schopenhauer (que também foi influenciado pelo ponto de vista filosófico do extremo oriente). 

Dada essas explicações, continuarei com minha crônica. 

 Kant é um dos primeiros filósofos que apareceram com a  ideia de que a paz perpétua poderia ser assegurada através da democracia universal da cooperação internacional . Isso é um conceito crédulo, é claro, porém materialmente impossível, já que nações unidas não existem, e dentro de cada pessoa existe um ódio pelo outro, anulando o conceito do próprio Deus cristão, Jesus Cristo, de "amai-vos uns aos outros". Gosto de meditar sobre isso, com minha bíblia aberta, já que sinais de uniões entre nações e um mundo de paz surgindo de um mundo terrível como o nosso, seria o próprio sinal do fim do mundo. Deixemos tais comentários. Passou...

Lendo a   Crítica da Razão Pura ( Kritik der reinen Vernunft de 1781), Kant simplesmente tentou explicar a relação entre a razão e a experiência humana e ir além das falhas da metafísica tradicional. Na verdade, eu o leio com muito descuido, porque a tradução portuguesa é de difícil conteúdo, não por ser mal-feita, pelo contrário, por usar técnicos termos incompreensíveis para minha mente limitada. E isso é uma falha minha, esclarecendo minhas próprias falhas como filosofo, como posso falar de algo que desconheço? Simples, eu leio com muito cuidado, e volta e meia estou relendo textos desses filósofos. 

 O livro ao que me parece gira em torno de  objetos (como aparência). Kant considera os primeiros "como meras representações e não como coisas em si", e os segundos como "apenas formas sensíveis de nossa intuição, mas não determinações dadas por si mesmas ou condições de objetos como coisas em si mesmas". É claro que isso é  muito difícil para um leigo entender.

Quer dizer que no campo da visão, o objeto em si, representa algo, um fenômeno do qual não temos capacidade de compreender, porque se representa a si mesmo, como um leão é um leão, um copo é um copo, um homem é um homem, uma mulher é uma mulher. No entanto, nos limites dos nossos campos de visão (relembrando até mesmo Schopenhauer), criamos noções desse universos de objetos com a nossa própria visão, o que para Kant significaria mais ou menos isso, a mulher que me atrai e que acho bonita, pode não ser bonita para outra pessoa, para algum amigo. O animal que me assusta, não pode se compreendido em essência, mas pode me assustar e não assustar a outrem. 

Bom, é pelo menos isso que entendo nesse livro. 

Kant argumenta que existem juízos sintéticos, como a conexão de causa e efeito (por exemplo, "todo efeito tem uma causa", o  que é de fato para mim uma visão chinesa do modo de ver a vida. Imaginemos uma nação atacando e subjugando a outra sem motivos. Ora, houve um efeito, que existe por uma causa. E vou mais além, porque me parece que Kant esqueceu o conceito de que "todo efeito tem uma reação". A nação subjugada irá se levantar contra a nação subjugadora. Eis outro conceito chines que válido como a mais alta e sublime filosofia. 

Kant, em nenhum momento deixa duvidas para mim, que o cristianismo é uma base
 sus-tentacular de sua filosofia. Com certeza ele se considerava um homem cristão, falo isso porque é impossível separar um filosofo de sua obra, sua obra mostra sua interpretação, e dúvidas, e por mais incompreensível que seja tal, pode ser analisada e comentada sim. No entanto, tenho certeza que Kant foi um homem cético sobre alguns argumentos dentro da compreensão limitada que sustentou, mostrando que nunca pode alcançar o conhecimento de fato usual sobre figuras como Deus ou concepções como alma.

O conceito mais elevado que me agrada em Kant é a ideia de que a mente não pode funcionar como uma geladeira vazia que simplesmente recebe os dados de fora pelo campo da visão.  Algo deve estar dando ordem aos dados recebidos .As imagens dos objetos externos deve ser nos dados na mesma sequencia em que foram recebidas no campo da visão, essa ordenação ocorre através da intuição da mente dentro da própria natureza.  O mapeamento interior não é o objeto exterior em si, e nossa crença de que existe uma relação significativa entre o objeto e o mapeamento no cérebro depende de uma cadeia de raciocínios que não está totalmente fundamentada pela lógica humana. Mas a incerteza despertada por essas considerações como que por ilusões de ótica, percepções errôneas, ilusões, etc., não é o fim dos problemas, e sim a criação de tais. Diria até que  as mesmas considerações podem se aplicar à função da mente de constituir espaço para ordenar mapeamentos de sinais visuais e táteis (os nosso sentidos) que nos chegam através das cadeias de causação física já descritas (nossa mente, nossos olhos, nossas lembranças, nossas recepções).

Também gosto do conceito de sua frase "se alguém não pode provar que uma coisa é, ele pode tentar provar o que ela não é". Isso me soa como um conceito óbvio dentro do budismo e até do cristianismo. Não podemos provar o que é a verdade (que é uma coisa em si), mais podemos tentar provar o que ela não é. Ora, a verdade não pode ser aprendida no total, mais a mentira pode ser percebida. Como? Se eu disse que falo russo, ou alemão sem saber falar tais línguas, e alguém que saiba falar alemão e russo e se põe a falar em alemão e russo comigo, logo irá perceber que a mentira se fez percebida. A vigarice de dizer que sei falar línguas que não sei, pode ser percebida. E isso que significa que a verdade seria dizer que não sei falar línguas? A verdade é tão limitada de essência que a mentira parece ser de certa forma uma entidade muito mais imaginativa, se querem minha humilde opinião.  Lembrando aquela fábula antiga: a verdade foi nadar em um rio, e tirou suas roupas douradas e pulou na água. E enquanto nadava veio a mentira, e colocou a sua roupa, o que vendo a verdade, tentou desesperadamente sair da água para apanhá-las de volta, mais já era tarde. A mentira já estava vestida com a roupa da verdade. E infelizmente a verdade teve que se contentar em ficar com a roupa da mentira. 

Gosto na filosofia de Kant da interpretação de "dois mundos" como uma afirmação de limitação  epistemológica, que é a teoria do conhecimento; uma reflexão sobre a natureza do conhecimento e suas relações entre o sujeito e o objeto. O ser em si.  
No entanto, Kant também fala da coisa em si ou do objeto como um produto do entendimento humano enquanto tenta conceber objetos em abstração das condições de sensibilidade. Ou seja é uma maneira de considerar os objetos apenas por meio do entendimento - isso é conhecido como a visão de dois aspectos. Faz sentido, mais Ariano Suassuna, escritor e dramaturgo brasileiro, tinha uma visão contrária a esse conceito. Dizendo que é fácil para Kant citar um copo para a interpretação da sua visão de que cada um vê um copo diferente. Mais diante de uma onça, todos veriam a mesma, e sairiam correndo, caso ela estivesse faminta e pronta para se alimentar. 

II parte - 
de uma filosofia moral, ou uma visão cristianizada de um homem ético, comentários sobre os judeus, ponto de vista onde sua opinião pragmática ganha forças antropológicas e espirituais

Não é fácil, detalhar a obra de um filosofo, principalmente por um poeta ignorante do meu nível. Como disse o sábio Agur no livro dos provérbios salomônicos,  (...)na verdade eu sou o mais bruto dos homens, nem mesmo tenho o conhecimento de homem.
Nem aprendi a sabedoria, nem tenho o conhecimento do santo(....) Provérbios 30:2,3
 Gosto de por essas citações para me estruturar bem no conteúdo em que estou tentando me aventurar. A filosofia de Kant, nesse quesito, para mim, trazida para os dias em que vivo, me parece de certa forma, viva e transcendental em relação ao tempo, assim como a visão de Schopenhauer, que é de perto e de longe o meu filosofo preferido. 
 Agora adentro do comentário sobre o livro que mais impacto me causou, porque as partes do livro que me interessam são as que mais me tocam como ser humano e meditador. O livro dessa segunda parte de analise do meu artigo se chama ! " Antropologia de um ponto de vista pragmático"  !  que veio ao público, até onde eu posso saber conforme os comentários dos livros que possuo, em 1798.
 Comentar um livro de 1798 em 2018 parece ser uma tarefa de um titã, eu que gosto de todas as mitologias do mundo, me espanto com essas comparações com a mitologia grega, que é muito rica, e no entanto, prefiro por demais a mitologia egípcia, a mitologia judaica e a mitologia cristão. Não estou fugindo do assunto, acontece que esses assuntos é o que me fazem adentrar de cabeça na filosofia. Das quatro mitologias citadas, as que continuam em pé e com mais força são a judaica e a cristã (a cristã muito mais que a judaica). A mitologia dos árabes também tem uma grande força no mundo atual, no entanto, considero-a um ramo da mitologia judaica, que contém os mesmos elementos, etc e tal... Para os meus leitores, sei que eles sabem que eu vivo fugindo dos assuntos para retorná-los mais para frente, no entanto, voltemos ao livro. 


O volume que traz esse título
não é, propriamente falando, um livro, mas antes é a reunião de apontamentos, devidamente revisados por Kant naqueles tempos, elaborados no decorrer de
vinte e cinco anos como base das leituras do curso de mesmo nome,
ministrado por Kant dentro de uma universidade. Ou seja, esse livro seria uma construção de conferencias com base na visão antropológica de Kant de que ele tenta apresentar

através de tais leituras  práticas culturais com vistas a constituição de uma ciência que possa nos orientar por meios de princípios.

O foco é nas técnicas pelas quais o homem vem a ser o que é no mundo

– e quando Kant fala em “mundo” e em “conhecimento do mundo” o que está em jogo é a
investigação transcendental das práticas do homem em conjunto da sociedade em que vive.
Esta obra pretende apresentar um humanismo progressista, buscando afirmar que a educação e a cultura do gênero humano só fazem sentido se servirem ao aprimoramento de cada homem. Ou seja, o ser humano deve ser educado para ser responsável a viver em conjunto com ética, morais,
sem denigrir o próximo, levando a recordação das palavras de Cristo, que podem ser encontradas no livro de
João, em que cito, ...Amai-vos uns aos outros assim como eu vos amei... 
Essa não é bem a ideia central do livro, é claro, mais é a minha impressão particular.   
Kant analisa as condições de possibilidade para uma moral com pretensão universalista,   agir de tal modo que a máxima da tua ação possa valer como lei universal, que é tomado então como um fato da razão, a revelar como essência a liberdade da vontade, liberdade que assim é compreendida como autonomia.
 Imagino que nessas conferencias ele tentou conceber uma moral para a própria humanidade, infelizmente não posso dialogar com Kant, porque ele não está vivo, embora 
a palavra moral pertença ao domínio do espírito do homem. E há os que acreditem que o homem não possui um espírito, e que essa ideia é apenas uma abstração. Não para os religiosos, no qual eu me incluo como forma meditativa, e creio que Kant deveria ter uma concepção particular da moral como regra de vida.  

 Por que estou a falar nisso? Pelo ponto de vista que Kant exerce nesse livro.  Ou seja, o que ele relata já no começo como  a razão pura contém em si um motivo prático, isto é, um elemento para determinar a vontade, então existem leis práticas; caso contrário, todos os princípios práticos serão meras abstrações (como por exemplo, o sistema de governo, o dinheiro, etc... etc... e por ai vai). 
Se examinarmos com precisão a noção de respeito pelas pessoas como já foi estabelecido  socialmente (assim penso que Kant gostaria de pensar),  perceberemos que ela sempre se apóia na consciência de um dever que um exemplo nos mostra como obrigação moral,  e que o respeito, portanto, nunca pode ter nada a não ser sua própria fundamentação de sua consciência interior (que será exibida pelo exterior, pelo rosto, pelos olhos, etc). 

Agora, não consigo argumentar do meu ponto de vista pragmático (para lembrar o título da obra do filosofo aqui analisado), sua visão própria de Deus. 
Kant era realmente um cristão, assim como eu sou um cristão, ele também deveria ter noções muito elevadas do evangelho, mais sua concepção de Deus, ainda me é racionalmente incompreensível e desprovida de entendimento. Na verdade, falar de um ser que suponhamos perfeito em essência e criador de tudo, me é muito difícil de conter a gargalhada, porque a noção mais correta de tal Deus, viria do próprio Spinoza, Deus=natureza/Deus=perfeição=Deus=bem/mal=Deus=inconcebível para uma mente que é a própria criação de Deus. 
Essa visão tem muito haver com a concepção de Deus como surge no Extremo Oriente.
 A de Kant, seria de fato, limitada. Aposto.  

Aos que lerem até o final desse artigo, não tenham por favor, ódio as minhas opiniões,  estou sempre apto a mudá-las, conforme argumentações que sejam mais firmes do que as minhas, porque assim cambia o mundo a todo tempo. 

Não posso apenas usar citações de Kant como muitos que se dizem filósofos fazem, o que tenho a dizer é preciso ser coerente como um touro diante de um toureiro, e digo que na tourada, sempre estou do lado do touro, porque é o irracional contra o racional. O uso da espada pode ser uma defesa inventada pela mente. No entanto, o touro tem seus chifres. E os meus chifres são minhas palavras. 

Acredito que a visão do mundo cristão de Kant é excelente, um tipo de escrita clara e consciente. 

Entramos na parte que mais me agrada, o ponto de vista que Kant tinha dos judeus que ali viviam na sua Prússia natal. Eu, como descendente de semíticos e negros, não tive nenhuma repulsa diante de chocantes palavras que parecem ter advindas de um filosofo tão concreto como esse. 
 Em uma análise de seus comentários, ele cita os palestinos judaicos como um povo vigarista, uma nação de vigarista. Como seria possível existir uma nação toda vinculada a vigarices? Como dar um modelo a um só povo de uma qualidade que existe em todos os seres humanos? Kant apenas precisou de um bode expiatório, e como todos sabem, os judeus são perfeitos para isso, porque em sua maioria, a capacidade de angariar recursos monetários e riquezas, são feitas com muita facilidade. Assim como sua perda. É o caso da minha família materna, que se originou da Turquia, perseguida pelos turcos, mesmo sendo turcos, fugiram para o Marrocos, e daí deriva o meu nome Benslimane (Bensliman/Lima/Limão). Perseguidos nessa terra, novamente escapuliram para o exílio, pobres como nunca, e foram parar na Espanha. Da Espanha, foram para o sul de Portugal, daí se origina meus mais breves antepassados. De Portugal, fugiram e perderam tudo de suas riquezas para a congratulada igreja apostólica romana, e vieram para a Paraíba, Pernambuco e Bahia. Na Bahia, mais posses, porém, perderam tudo. Vieram para o sul, e aqui quietamos, onde a geração do meu avô se misturou com a sociedade evangélica, e tornou-se um devotado cristão (com sua aparência humilde e simpática de agricultor de terra). Meu vô, com seus traços de mouro, nariz aduncado, olhos absortos e calmos e castanhos, pele avermelhada, enquanto minha avozinha tinha a silhueta de qualquer senhora judia, uma mulher encantadora, nariz em direção a terra, olhos azulados lindos e faiscantes, capaz de escrever qualquer anotação em qualquer tempo e em qualquer hora, sempre me ensinando a admirar as coisas brilhantes e o apego ao trabalho da arte (certa vez ao mostrar para ela uma notícia de jornal em que eu tinha sido representado, ela não deteve as lágrimas de alegria e de amor). E mesmo assim, somos judeus pobres, mercadores que perderam tudo. E Kant analisa essa ideia como uma coisa centralmente ruim, porque os mercadores são em sua maioria vigaristas e ladrões, e ele sintetiza essas idéias medievais com a figura da comunidade judaica que ali estava na Polônia, Prússia e Rússia. Não me é de espantar isso, visto que dentro do comunismo existe uma especie de rivalidade entre o judeu e o cristão, muito bem analisada por Freud, em seu excelente ensaio "Moisés e o Monoteísmo", que li e recomendando para qualquer um. 

Kant simboliza os judeus ali como uma nação de vigaristas, vinculadas a união de uma tradição religiosa, sustentada pelo estado que os aceita, e que segundo o filosofo, estão fadados a serem enganados por eles. O que descordo. Não é porque alguém tem a facilidade de barganhar que deve ser ser considerado um criminoso. Embora existe o provérbio que "ninguém fica rico sem fazer algo de ruim", ou o mais velho dos provérbios usados pelos cômicos gregos "ninguém fica rico sem um pacto genuíno com o diabo". 
 Lembrando que o povo judeu ali estava como um povo advindo de outra região, e que o intercambio comercial foi a origem do estado físico do israelita em si mesmo, o que nos ensina sabiamente Kant, com uma naturalidade que achei imprescindível não dizer aqui. 
 Sempre me perguntei angustiado o que fez e o que caracterizou o povo judeu como um povo comerciante. Ora, a Palestina, a terra de Israel, ocupada pelos primitivos hebreus, se situa no limite externo entre sul, norte, leste, oeste, o que leva um intercambio comercial com todos os continentes, com todas as regiões, com a travessia de qualquer caravana. E sabemos através da bíblia, que a figura de Salomão, foi quem gerou o comercialismo mais forte e mais rico daquela região naqueles tempos longínquos da qual a única memória que temos está contida nas Sagradas Escrituras.

E o que isso tem haver com a filosofia de Kant? Ora, ele via que a moral era inaplicável a um povo concebido como uma nação de comerciantes afiados. Nesse caso, a moral não é aplicável a nenhum ser humano, já que não exista ser que não contenha dentro de si, o fundamento do bem e do mal. Penso. 

Para Immanuel Kant o judaísmo como religião, seria uma coisa que não é ética, mas liga seus crentes a leis que não beneficiam ninguém em forma geral (a não ser como um grupo unido entre si). Para ele o judaísmo seria uma religião cujas regras e leis não trazem nenhum beneficio à sociedade. O que discordo claramente, porque as leis principais da bíblia são o que formaram a nossa sociedade como conhecemos, que embora perversa, constitui um estado dentro de um estado que produz a si mesmo a injustiças, e isso não é culpa de nenhum povo, de nenhuma religião. Voltemos a questão de Kant com os judeus: Para ele a religião hebraica, desperdiçaria o recurso e o tempo da humanidade, mas não criaria mais humanidade, ou seja, seria desprovida de moral.
 Não me aplica a minha crítica dizer que isso se assemelha a um comentário anti-judeu, pelo contrário, devemos perceber que Kant criticava a facilidade que o judeu tinha em negociar, em vender, em conseguir dinheiro, o que levaria com facilidade uma criação de inveja no interior de qualquer um, não que Kant critique os judeus em si, mais sim sua religião, pelo menos é o que eu acho.
 Dar a alguém um estado de bom ou mau já é uma estupidez, o que podemos supor que carregar tais coisas no nosso cotidiano é uma espécie de análise, que não nos levaria a lugar nenhum. Dizer que o judaísmo é mal e supersticioso, requer dizer que o cristianismo é mal e supersticioso, já que este nasce do ramo do judaísmo, e dizer que o judeu é mal e supersticioso é afirmar que o cristão é mal e supersticioso. Penso.

Não estou saindo do ponto de vista da filosofia de Kant, porque essa parte de estudo em que aparece ser uma figura anti-judaica, me parece digna de estudo e de nota, mais não creio que Kant era um antissemita, afinal era cheio de amigos judeus, conforme nos afirma biografias. 
Dizer que os judeus são negociantes afiados unidos pela superstição equivale a minha afirmação de dizer que como todos somos falsos, queremos que a nossa falsidade venha aparecer no outro, como uma forma de controle. Queremos jogar no outro o nosso ódio, então buscamos um bode expiatório. O dinheiro possuído por muitos judeus equivale dizer que isso é o que traz problemas para eles (caso alguns não entendam sua grande manifestação de serem sempre perseguidos onde quer que vão).  Eu mesmo, em minha cidade natal, onde a maioria religiosa é católica, fui chamado muitas vezes pelo ignorante que se dizia meu patrão como um "judeu maldito". Realmente, um ser como esse, digo, que se induz a se chamar de rico, não vale pena de piedade, e ainda por cima se dizia cidadão de bem, e no entanto, era apenas um selvagem, um animal, um bruto ignorante que só serviria para uma coisa: ser morto. 
 Voltemos para Kant: Kant desconsiderou os judeus como um povo. Isso é surpreendente, dentro desse livro, já que sintetiza que os judeus não serviriam para a sociedade em que vivem. Uma ideia antissemita, é claro, considerando um homem de grande  elevação filosófica. Cita até mesmo o povo hebreu como uma "nação de vigaristas", de "palestinos que vivem entre nós". Não estou inventando essas citações, ela está no livro. 

Kant para mim queria eliminar a ideia antiga da religião judaica como um espírito moral. Vamos dizer assim: que ele estudou a Bíblia, especialmente o Antigo Testamento, e descobriu que a religião judaica dava pecados mortais aos seus seguidores. Até aí, tudo bem, não existe religião que não se estruture nisso, na finalidade de controle. No entanto, os primitivos hebreus deram uma clássica representação da sua religião com atos poucos piedosos:  genocídio, roubo e mentiras. 
É claro, que se alguém leva esse conjunto de lendas como uma realidade atual, irá se perder em um mundo que parece ter superado tais questões. Os judeus primitivos eram povos guerreiros como qualquer outros, e no meio de uma terra desértica, lutavam entre si, para sobrevivência. Como sabemos, foram até mesmo escravizados no Egito Antigo. E o Egito Antigo era uma grande potencia. Kant parecia determinar que os judeus como comerciantes afiados seriam um tipo de vampiros da sociedade, vigaristas capazes apenas de pensar em riquezas, mais tao logo deixassem sua lei (judaica), seriam bons cristãos.
Para mim fica claro que pessoalmente ele era um homem ressentido com alguma coisa dentro do cristianismo, e por isso seu anti-semitismo recaiu pessoalmente contra os judeus que ali estavam. 
Claro, Kant esteve muito próximo da igreja cristã e da igreja evangélica em geral, com sua escrita, e sua filosofia não é outra coisa, se não uma questão de éticas que se sobrepõe a nós.   Ou como ele mesmo dizia "pensamentos sem conteúdo são vazios; intuições sem conceitos são cegas... somente a partir de sua união pode surgir a cognição".
Kant diz:  "não me engajarei no inútil empreendimento de palestrar para essas pessoas, em termos de moralidade, sobre fraude e honestidade. Em vez disso, apresentarei minhas conjecturas sobre a origem dessa constituição peculiar (a constituição, ou seja, de uma nação de mercadores)". Ora, não deveria ser utilizada a palestra para ensinar moralidades a esse tipo de pessoas que ele supõe ser fraudadoras e desonestas? 

O estudo antropológico de Kant é muito bom, embora superado, é claro. Kant distingue a antropologia pragmática da fisiológica. Não é sobre o ser humano como um ser natural, mas sobre "o que ele  como um ser de livre ação faz de si mesmo, ou pode e deve fazer".
 Essa foi sua base de palestras, em minha opinião. 


iii- 
para finalizar 

Como não encerrar um texto desses sem uma citação única, que deve ser sempre lembrada nos corações dos homens que se distinguem com um espirito nobre num mundo corrompido de imoralidades e maldades. Eis aqui a citação para finalizar meu estudo: 

...a razão humana é atormentada


por questões que não pode ser rejeitada,
e também não podem ser resolvidas...
   Immanuel Kant



Espero que tenham gostado desse texto, tanto quando eu gostei de tê-lo escrito. 


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