E seu meus poemas ficarem perdidos em alguma gaveta e não serem lidos, e se eles como eu forem esquecidos, perdidos, pendurados no jardim como as estrelas, brilhando cada papel com a lâmina da metáfora, como a escama do peixe, valsando em meio ao caos dos ritmos sonoros e da sonoridade aquática de tudo que move o tempo,
perdidos, Ai, meus poemas, esquecidos no fundo do mar como as
pérolas das ostras, cada um, Senhor meu Deus, cada fragmento sendo relegado ao esquecimento. Mas isso não faz mal, não, isso não afeta as nuvens, nem o sol, nem a noite, nem a alegria nem a tristeza se deixam delirar pelos versos, Os versos, eu grito, eu grito com a voz
enferrujada no meio do jardim com as lembranças quando pequeno,
pequeno, Eu grito, minha pequena, e se não entenderem o que eu quis dizer e deixar escrito?! Eu não quis deixar escrito nada, por isso tudo se perdeu, minhas pinturas foram queimadas, meu dinheiro virou usura, meu cachimbo virou fumaça, minha fome virou sofrimento, meu destino virou pó, mas os poemas ficaram, ah, como lontras, como todos os animais que uivam para o luar, desesperados como eu, pelo amor? pela dança da morte, ai, os poemas ficaram, e mesmo assim tudo virou um final.
(quando me lerem com lágrimas
no rosto
talvez eu não esteja aqui para explicar o que fui.
Ficarão os poemas.E eu ficarei mais que todos!
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