Neruda, te leio
deitado na cama
com as mãos
em chama de
poesia e vida.
Neruda, tu és Pablo,
tu és Ricardo,
em tuas linhas
me encontro nu,
vestido, marinho,
tu és o que sou,
tu és o que fui,
marinho e terrestre
tu e eu, Neruda, meu
camarada morto de amor,
porque a vida dos pobres,
a vida da terra, as algas do mar,
as danças noturnas, os negros,
os povos, tudo nos encanta
porque primeiro te encantou,
e Deus quis que tu cantaste
alto, como um pássaro, imitando
os sinos, as colinas, derramando
tua voz de marinheiro embriagado
em cima das nuvens tensas.
Neruda, tu e eu, do sul, do norte,
tu e eu, irmão meu, cantamos.
Tu cantou e ainda cantas em
teus livros de caramelo que habitam
o meu coração.
Neruda, Pablo Neruda, camarada, amigo, irmão
cantastes e todos nós nos arrepiamos com o teu canto,
obrigado, então!
foto: ilustrativa
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